sexta-feira, 8 de março de 2013

Opressão - Fanorpi e Uniesp querem me calar!

Protesto incomoda Fanorpi e Uniesp
  *Alan Junior de Queiroz

"Há de fato alguns fenômenos nos últimos dias em que tem havido uma triste confusão entre o direito que todas as pessoas têm de se fazer ouvir, inclusive nos seus protestos, com o direito a silenciar os outros. Porque esse direito a silenciar os outros não existe em relação a nada nem a ninguém numa sociedade tolerante e democrática como a nossa", disse Luís Marques Guedes, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, no final de uma reunião com todos os ministros. Sintetizando as palavras de Guedes: liberdade de expressão.

 Realmente, existe um jogo de interesses no que se refere à liberdade de expressão. Hoje falo como cidadão, jornalista e estudante.

Alunos fazem protesto na frente da Fanorpi (25/02/13)
A Faculdade do Norte Pioneiro (Fanorpi) inaugurada em 24 de julho de 1997 por Vinícius e Regina Maluly, nesse ano iniciou o ano letivo sob o comando da União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas (Uniesp), que a adquiriu no segundo semestre do ano passado. O Grupo anunciou novos preços de mensalidades nos oito cursos oferecidos. Os valores estão bem acima da realidade região, agora, nenhum curso custa menos de mil reais (antes o curso mais caro girava em torno de 650 reais), sendo que os salários pagos da região não ultrapassam os 800 reais. Mas os alunos veterano, segunda a nova diretora da instituição Graça Zurlo, terão um reajuste no segundo semestre, mas não será nada abusivo.

Outro problema que a Uniesp criou para os universitários na Fanorpi foi à mudança do horário de início das aulas. Antes começava 19h30 e terminava as 23h10, agora foi antecipada às 18h30-22h. O motivo da mudança: entre os alunos não é segredo que a alteração foi para não ter que pagar o adicional noturno aos professores por trabalharem depois das 22 horas, mas oficialmente é para se adequar a uma portaria nacional da Uniesp. Até aqui nenhum problema, certo? ERRADO. A maioria dos alunos é de cidades vizinhas, que levam em torno 1 hora para chegar até a faculdade e estão sendo prejudicados.

Primeira denúncia dos alunos ao jornal
 Por determinação da Uniesp/Fanorpi os professores devem estar nas salas de aula as 18h30 e os alunos podem chegar até 19h10 - horário que o professor está autorizado começar a aula. Já foram realizadas inúmeras reuniões, reivindicações pelo Facebook, abaixo assinado e paralização total dos alunos em frente do prédio da faculdade, e mesmo assim os novos donos ignoram os alunos. Desde dezembro do ano passado, quando descobri a venda, estou divulgando informações importantes aos alunos via Facebook e isso tem causado desconforto para a direção, que pouco se pronuncia, apenas ataca. Os jornais locais e sites já estamparam as reclamações dos alunos e também viraram alvos da faculdade, nas reuniões são tratados como “imprensa marrom”.

Capa com repercusão do caso no Facebook
O Grupo Uniesp é investigado pelo MEC, Polícia Federal e Ministério Público. A ficha corrida começa pelos alunos de faculdades já administradas pelo Grupo, cobranças abusivas e más condições de funcionamento são as mais frequentes que somam com irregularidades trabalhistas e pedagógicas: atrasos de pagamento de salários dos funcionários, retenção da contribuição ao INSS, demissões em massa e contratação por salários mais baixos, falta de depósito do FGTS, não homologação dos demitidos. Como um grupo que recebe milhões de reais/mês não está pagando funcionários e professores em dia e não oferece condições adequadas para os estudos?

Segundo alunos de outras instituições administradas pela Uniesp, o grupo tem o costume de aumentar os preços das mensalidades para valores irreais, obrigando uma parcela dos alunos a continuar o curso pelo FIES. Qual a finalidade dessa tática? Pelo FIES não existe inadimplência, já que o dinheiro vem direto dos cofres públicos. Além de receberem em dia, aumentam o lucro por aumentar as mensalidades. Os alunos que optarem pelo “Uniesp Paga” tem o acordo de cumprir 24 horas de trabalhos comunitários por mês e pagar a cada três meses o valor simbólico de 50 reais. O aluno não sabe que esse trabalho comunitário é para a Uniesp receber um desconto com o governo, desconto não repassado ao aluno. Daí vem o lucro da Uniesp. Mas os problemas não restringem apenas aos funcionários e universitários que estão estudando ou que vão entrar, afeta também os que estão saindo. Nas páginas da Uniesp no Facebook, existe reclamações de alunos que há 4 anos terminaram o curso e não conseguiram pegar o diploma. Como a Revista Exame já publicou: Uniesp, a escola que é caso de polícia.
Aluno faz protesto solitário na Fanorpi (04/03/13)

Entrei de cabeça nessa briga. EU aluno estou sendo prejudicado diariamente. Chego por volta dás 19h15 na faculdade, horário que o meu ônibus chega. Depois de ver que, apesar de tudo, a Uniesp não quer entender que as pessoas que escolheram estudar na Fanorpi foi pelo fato do horário, além de outros fatores, lógico.

Professor pede à aluno que se retire da faculdade
No dia 4 desse mês fiz um protesto solitário. Vestido de preto e usando a máscara de Guy Fawkes, criação do desenhista David Lloyd, coautor da HQ V de Vingança. A máscara virou marca do movimento hacker Anonymous, mas o uso do acessório em protesto ganhou força em 2011, quando foi visto em vários, como nos movimentos Occupy. A minha única arma eram as palavras. Segurando um cartaz, fiquei no centro do pátio principal por uma hora. Foi o suficiente para agitar todos os alunos, recebi apoio da maioria dos 700 alunos (numero que a faculdade afirma ter). Durante meu protesto fui convidado pelo professor de Direito, Cristovam Castilho (foto ao lado) a se retirar do pátio e ficar do portão pra fora. Não atendi ao seu pedido e deixei claro à ele que o prédio é público e permaneci. A polícia esteve no local, mas nada pôde fazer contra meu protesto. Não estava fazendo nada de errado. A curiosidade tomou conta de todos. Queriam saber quem era o “corajoso” e “louco” aluno. Desde o começo eu sabia que o meu ato não mudaria o cenário das coisas. Mas tinha esperança. Tinha que fazer minha parte.

Faixa pendurada na Fanorpi por alunos pede agilidade
 No dia seguinte, o “aluno mascarado” que chegou do nada e foi pra lugar nenhum foi chamado até a coordenação. Estavam presentes o professor Marcel Carvalho, Gustavo Cabrera, a representante técnico-administrativo Rosana Torregrossa Quiles e a responsável pela coordenação Cris Gusmão. Naquele momento eu recebia uma advertência por ter “perturbado a ordem pública”. Tudo isso porque eu apenas segurei um cartaz reivindicando contra algo que está me prejudicando. Eles passaram por cima de meus direitos, me constrangeram. Como resposta desse ato, recusei a concordar e assinar tal absurdo. Para revolver o problema do horário que está prejudicando a maioria dos alunos não há previsão. Mas o meu caso era urgente.

Resolvi registrar esse episódio devido à falta de profissionalismo que o quarteto, citado acima, que me advertiu se comportou. E por causa da Uniesp, que continua desrespeitando não só a mim, mas todos os demais alunos que estão perdendo até 40 minutos de aula todos os dias. Tenho pleno conhecimento de meus direitos e deveres. Sou um estudante de jornalismo e está na minha base lutar pela liberdade de expressão e direitos coletivos. Não estou em Cuba, muito menos na China. Tudo o que eu tinha pra falar, já foi dito. E garanto que nenhuma opressão me calará.


*Alan Junior de Queiroz é estudante de Comunicação Social - Jornalismo da Faculdade do Norte Pioneiro(Fanorpi).


Quer saber mais sobre a Uniesp e seu esquema criminoso, acesse os links abaixo de matérias produzidas pelos maiores jornais, revistas e sites do Brasil.
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7 comentários:

  1. Olá sou da turma de pedagogia de um dos grupos da uniesp,sao paulo,estamos entrando na justiça e descobrimos tudo isso da uniesp e que fede mto mais é tudo farsa!

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  2. Bom dia Alan,

    Tudo bem?

    Recentemente encontrei uma postagem em seu blog sobre os problemas que você tem tido com a Uniesp desde que ela comprou a faculdade onde você estuda,

    A faculdade onde eu estudo foi comprada recentemente pela Uniesp e estou com receio de que a história se repita,

    Gostaria de saber como esta o desenrolar do caso atualmente. Você conseguiu ser ouvido? Algo mudou?

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  3. Olá Christopher, tudo bom?

    Infelizmente sozinho não posso contra um Grupo desse tamanho. Mas fiz o possivel. O horário não voltou a ser como era, as aulas na Fanorpi começam as 19:10, mesmo que na teoria diz que é as 18:30. OS ônibus não alteraram seus horário, devido ao fato de muitos alunos trabalharem.

    Na Fanorpi se instalou uma rede de mentiras e de interesses. Entre os próprios funcionários nota-se que um quer prejudicar o outro, no objetivo de ganhar "moral" com os superiores.

    Como eu dizia, sozinho não iria conseguir. O pessoal que estuda na Fanorpi se mostrou bem disposto a brigar contra tudo que os prejudicasse, mas com o passar dos dias se revelaram todos muito passivos e medrozos.

    Desde então fiquei na minha. È meu último ano mesmo. Vou aguentar mais esse ano sem reclamar. Só estou disposto a brigar por problemas relacionados ao meu curso, os outros se tiverem problemas que resolvam sozinho.

    Mas uma coisa eu te garanto. A Fanorpi sob o comando a Uniesp perdeu dezenas de alunos, está perdendo otimos professores e está com dificuldades de abrir novas turmas. As que abriram esse ano, foi porque laçaram na rua com aquela historia de estudar de graça.

    O curso de Jornalismo está abandonado, sem coordenador, sem equipamentos técnicos, uma zona.

    Se não fosse o empenho dos alunos e alguns professores nem sei o que seria. Vamos nos formar ótimos profissionais, não por mérito da Fanorpi, e sim, porque procuramos correr atrás do prejuizo fora das salas de aula. Aliás, a minha turma será a última se formar na Fanorpi, pois há 3 anos não abre mais turma.

    Abraços amigo. Depois me conte o caos que se instalou na faculdade que você estuda. Mas aconselho, se você achar que está certo em brigar, vá em frente. Pois, desde sempre, dentro da Fanorpi exigi respeito e agilidade nas coisas. Um conselho: dentro desses locais você nunca é amigo de funcionários, NUNCA. Eu consegui ter o respeito dentro da Fanorpi através de muitas batalhas. Nada foi conquistado do dia pra noite.

    Quero estar bem longe quando todo esse esquema explodir. Bem longe.

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  4. Bom dia Alan,
    Li seu protesto e te apoio... gostaria que você visse e encaminhasse à sua rede de relacionamento as notícias envolvendo a UNIESP, publicadas na Folha de SP (http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2013/06/1288241-ministerio-da-educacao-impede-uniesp-de-abrir-cursos.shtml).
    O Grupo UNIESP recebeu várias sanções cautelares publicadas no Diário Oficial da União do dia 31/05.
    E acaba de falar desse assunto no Bom dia Brasil (dia 04/06/2013).
    Abraços,
    Denis

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  5. Prezado Alan,
    Parabéns por sua iniciativa! Está na hora de os estudantes das faculdades pertencentes a esse Grupo Educacional tomarem ciência e reagirem contra essa quadrilha. Aumentando o valor das mensalidades e obrigando o estudante a contratar o FIES o único prejudicado é o estudante, que terá o saldo devedor do seu contrato do FIES aumentado. A UNIESP paga??? Fala sério!!! Eu acredito mais no Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa!

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  6. Oi meu nome é Márcia F. e estudo na UNIESP de São Mateus São Paulo, curso pedagogia já procurei vários advogados mas ninguém quer pegar tbm meu caso estou sozinha nesta luta qdo levantei o problema na faculdade foi obrigada a me calar pq os alunos não acreditam no que esta acontecendo a facul Sta Izildinha esta um fracasso tosa sucateada gostaria muito de apoir vc como eu faço?

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